domingo, novembro 16, 2003

A pior lição de guerra: Carlos Raleiras, jornalista da TSF, já foi libertado pelos raptores iraquianos. Terminou o susto, a dor e a angústia de quem passou momentos marcantes, mas fica para a posteridade a pior lição de guerra que os órgãos de comunicação social deram. Não só por alguns jornalistas terem ligado para o telemóvel do refém, mas sobretudo porque os nossos repórteres vão para o campo de batalha sem a mínima preparação do que é estar numa zona de conflito. Em Portugal, a designação «repórter de guerra» não existe. É um conceito teórico. Está no papel. Os nossos jornalistas são pau para toda a obra: tão depressa estão no conforto da cadeira como avançam (por vontade própria) para as areias do deserto em busca de retratos reais. Na mochila levam meia dúzia de conceitos fornecidos por alguns filmes americanos e pouco mais. Ou seja, avançam para a guerra sem qualquer preparação específica sustentada em conhecimentos militares. Por isso, correm-se riscos e alguns deles sangrentos: Maria João Ruela, da SIC, por exemplo, foi ferida numa perna. Que tenha servido de emenda.

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