Trinta-e-um anos volvidos...

canção de mágoa

tantos sonhos esquecidos
perdidos no pó da estrada
tantos dias tantas noites
à espera da madrugada
o que foi feito de nós
companheiros de viagem
que é da nossa liberdade
feita de fé e coragem
vai-se o tempo e nós aqui
adormecidos no cais
entretidos com o medo
de já ser tarde demais
teimosamente morrendo
por detrás desta janela
a fingir que somos livres
com um cravo na lapela.

António Manuel Vieira da Silva

Argentina

Gosto da Argentina. Gostava que ficasse bem claro: gosto muito da Argentina. Começa logo por aquele arrastar de voz tão característico que é uma espécie de espanhol pouco ortodoxo. Um argentino a falar parece que sussurra cada palavra ao nosso ouvido como o vento a bailar por entre as árvores do bosque. As sílabas são sempre pronunciadas de forma pausada para produzirem palavras ainda mais pausadas. Para os argentinos o mundo pode ser uma pausa. Pode ser uma pausa entre uma palavra e a seguinte. Entre este mundo e o outro.

PS: Nunca estive na Argentina.

E...

... já é Abril....................................................