Sem rosto: A Pegada na Areia deu o toque sobre os mendigos e depressa me veio à lembrança alguém que entra na esfera das tais pessoas que digo não terem rosto. Há mais de dez anos, uma mulher de pele queimada pelo sol percorre as ruas, de voz cada vez mais ausente, de mãos feridas e de cabelos despenteados. Foi perdendo as linhas do rosto, ficou endurecida pela passagem dos anos e já não se sabe se é homem, se é mulher, apenas tem a dimensão de um corpo. Simplesmente de um corpo. Pouco ou nada diz. Passa o tempo a observar aqueles que passam, guiando os enormes olhos castanhos em direcção dos passos firmes de quem avança na calçada. A mão mantém-se esticada e os dedos hirtos. Aquela mulher já não tem rosto, acreditem. Mas tem alma como todos os seres humanos. Aposto que tem uma história de vida mais rica do que a nossa.
terça-feira, outubro 28, 2003
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