sábado, novembro 29, 2003

Big Brother: Não vou falar da Teresa Guilherme nem da lendária casa na Venda do Pinheiro, o pico de interesse de algumas famílias portuguesas, mas do mito operado pela criação de George Orwell, autor do sempre actual livro «1984». Na década de 40 do século passado, este escritor teve uma espécie de visão - embora inconsciente - daquilo que seria o futuro: uma sociedade cravejada de câmaras e inspeccionada por uma entidade acima de todas as outras. Na prática, é o que acontece hoje. Nunca como agora as câmaras de vídeo têm uma função tão controladora dos nossos movimentos. Seja no centro comercial, na repartição do banco, no café (sim, eu já vi câmaras em cafés) ou até na farmácia. Ou seja, estamos a ser constantemente vigiados por alguém que não conhecemos, que nos avalia e que tira sucessivos juízos de valor de todos os nossos comportamentos. Somos personagens de consumo interno, o que não deixa de ser preocupante. A privacidade dilui-se e transforma-se num conceito gasto, ao alcance de um simples olhar. O mito do Big Brother é mais do que uma mera produção fictícia. É real.

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