quinta-feira, novembro 27, 2003

O império dos sentidos: Uma amiga minha (eu sei que ela costuma ler este blog, não é assim cara doutora?) uma vez contou-me uma história deliciosa: num piquenique de família, o filho dela não escolheu o prato que iria comer pela cor ou pela forma. Escolheu-o pelo cheiro. Para qualquer um de nós, isto pode parecer a mais pura das anormalidades, mas para mim é apenas mais um sinal de como o olfacto é um dos sentidos mais poderosos do ser humano. Até se pode traçar o perfil das pessoas pelo cheiro que deixam no ar seja em que sítio for. Costumo fazer um exercício curioso e tenho rótulos para quase todos. Por exemplo, os excessivamente perfumados - aqueles que até infestam o elevador mesmo depois de dobrarem a esquina - gostam de dar uma imagem daquilo que não são; esses mesmos excessivamente perfumados e amantes dos cheiros fortes andam sempre em conflito com eles mesmos e têm montes de problemas; os que cheiram mal não gostam deles próprios, dão uma imagem de indiferença, mas às vezes são muito inteligentes; os que não têm cheiro, aqueles que passam na rua e nada deixam no ar, são os mais interessantes de todos. São eles próprios. São extremamente misteriosos.

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