Mudar só por mudar não chega
Está na forja o novo Código da Estrada, que ainda este mês será entregue à Assembleia da República para ser aprovado em Conselho de Ministros, segundo confirmou Figueiredo Lopes, ministro da Administração Interna. Diz o político que as novas leis pretendem «acabar com o sentimento de impunidade», porque o Código actual «foi durante muitos anos a lei mais violada do país». Em primeiro lugar, isto é vago, é mesmo muito vago. Não basta só mudar o código, porque o código, em si, vale aquilo que vale. É um livro que se estuda quando andamos a tirar a carta de condução e depois é guardado numa gaveta até são nunca à tarde. A maior parte dos condutores já não se lembra de algumas regras de trânsito, desconhece os sinais menos comuns e pensa que conduzir um automóvel é um simples jogo de mãos ao volante. As cartas de condução deviam ter prazos de validade como os iogurtes e todos os anos os automobilistas seriam sujeitos a um criterioso exame de código. Era a única forma de estarem sempre actualizados.
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