domingo, novembro 30, 2003

Big Brother (remoinhos): As reacções ao post anterior foram tantas que resolvi publicar dois comentários que se interligam perfeitamente. Ambos contrariam a tese de que o Big Brother - não o da Venda do Pinheiro, apresentado pela Teresa Guilherme, mas o arsenal de câmaras de vídeo em cada recanto - é um fenómeno carregado de consequências negativas. O meu desabafo apenas se depreendeu com a impessoalidade gerada pelo controlo excessivo daquelas máquinas. Mas se há cada vez mais controlos apertados, isso deve-se à onda de violência e de insegurança que varre o mundo. O GoldRiver, companheiro de há muitos anos e um dos meus melhores amigos, destapou a ponta do véu, a Valentina fez o resto. Aqui vai:

Echelon. Carnivore. Global Hawk. EP-3E ARIES. RIP Act. HumanID. Já ouviram falar? Continuam a surgir novas leis e tecnologias de segurança para intercepção de comunicações e de dados pessoais. O Grande Irmão vela pela nossa segurança, muitas vezes sem o nosso conhecimento e nem sempre com cobertura legal. O 11 de Setembro serve de pretexto para o abandono da defesa dos direitos individuais conquistados pelos povos. A isto acresce, como lembrou a Valentina *, todos os cartões e dispositivos electrónicos que já entraram no nosso dia a dia e usamos de forma natural e inconsciente... Nem nos ocorre que é possível descobrir a nossa localização através dos sinais do telemóvel. Embora seja proibido pela Constituição já existe um projecto de Número Único em Portugal, o que aparentemente é cómodo e prático - pois permitiria reduzir o volume de cartões que nos enche a carteira, mas ao mesmo tempo permite aceder instantaneamente a todas as informações sobre o cidadão: civil, criminal, fiscal, segurança social, saúde, etc. Funcionários de bancos, finanças, segurança social, médicos, advogados, padres, polícias, etc. sempre detiveram um parcela das nossas vidas, aparentemente segura graças ao dever de sigilo profissional, mas será mesmo assim? Este é um fenómeno mundial: as faces de todos os espectadores da final de futebol americano (Super Bowl) foram comparadas com uma base de dados de criminosos através de computador; Em Inglaterra o Governo anunciou que em breve terá 2 milhões de câmaras no país. Na linha de Sintra, sucedem-se os relatos de grupos que roubam, agridem e provocam. Aqui a videovigilância pode ser uma solução... Quem não deve não teme. Certo? GoldRiver

* E não são só as câmaras. Existem outras formas de seguirem os nossos passos... lembrei-me agora dos novos bilhetes electrónicos do metro, ou da via verde que regista a passagem nas portagens, ou o próprio uso de um cartão multibanco. Valentina

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