História verídica: É um facto incontornável que este ano vários professores ficaram na prateleira à espera de colocação, um mal que já não é de agora, mas que se arrasta há muito tempo. Todas as reformas educativas não podem ficar pelos próprios conteúdos em si, mas também pela mudança dos próprios intérpretes como forma de estancar um mal terrível: a má formação dos alunos. Quando era estudante tive péssimos professores, alguns deles tão maus que chegavam a ser inqualificáveis pela sua lamentável conduta. No oitavo ano do liceu tive o «Maravilhas» na disciplina de matemática. Era assim que era conhecido. Não reprovava ninguém, varria os alunos a três (para os menos esforçados), a quatros (para os mais aplicados) e a cincos (para os melhores). Compreende-se a alcunha. Mas isto era apenas a ponta do iceberg, porque o reverso da medalha era o mais triste de todos os cenários. Só ia à escola uma vez por semana - não estou a exagerar -, porque tinha várias actividades paralelas. Ser professor era apenas um passatempo. Por isso, dava a matéria a correr e não tinha coragem suficiente para reprovar quem quer que fosse.
Obrigado, «Maravilhas». Graças a si, passei a detestar a matemática.
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