Futebol
Há imagens que me chocam. Não as compreendo. Por muito que tente, volto à estaca zero. As vezes que forem necessárias. A televisão ainda passa as imagens da festa. O F.C. Porto eliminou o Manchester United e seguiu em frente na Liga dos Campeões. A cidade vestiu-se de azul e branco, vibrou até às tantas, recebeu os heróis, saiu à rua e coloriu o grito de euforia como se fosse uma criança. Mas há coisas que não entendo. Uma mulher chora, diz que sofreu muito durante o jogo e vai a pé à Santa Rita para pagar a promessa. Vai acender uma vela. Chora. Um simples jogo, uma simples vitória, é capaz de agitar as mentes desta forma. É como se nascesse alguém, quando se vence; ou como se morresse alguém, quando se perde. Tudo se resume àquele instante. Aos resultados, aos golos, às defesas impossíveis. É esta cegueira absurda que não entendo. Mas acho que as pessoas vêem no futebol o escape da amargura de uma vida inteira. São várias pessoas neste estado de loucura. As carências são enormes. É triste. É muito triste...
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