Um caso perdido
Há muito que se adivinhava: o Iraque transformou-se num barril de pólvora seca, que rebenta a qualquer minuto que passa independentemente de quem o toca. Os americanos voltaram a pagar bem caro o erro, porque democratizar um país não é chegar lá, prender uma série de gajos, capturar o líder e oferecer a liberdade às pessoas. Erro crasso. E como a história se repete, vezes e vezes sem conta, o conflito tem alguns traços em comum com a sangrenta guerra do Vietname, onde o poder norte-americano sofreu uma das suas maiores humilhações de sempre.
Como se não bastasse, as forças armadas de Bush continuam a fazer vingar os mesmos erros e a gastar as mesmas palavras. Exemplo: sobre Muqtada Sadr, líder xiita que espalha o caos e o terror em Bagdad, a profecia vale tudo: «Queremos apanhá-lo vivo ao morto». Foi precisamente a mesma sentença que Bush traçou para Bin Laden, como se a lei do mais forte vingasse ao sabor de uns tiros no tempo dos cowboys e das pradarias americanas. Os homens, neste caso, o homem-transformado-em-presidente jamais mais irá aprender com os seus próprios erros. É um caso perdido.
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