segunda-feira, maio 31, 2004

Elas… são bem piores do que eles

Refiro-me às mulheres agarradas a um volante, muito especialmente na cidade de Lisboa.
Elas falam mais ao telemóvel. Elas não cedem passagem aos peões nas passadeiras zebra. Elas lêem revistas assentes sobre o volante, mal levantando os olhos para a estrada nos intervalos dos sinais dos semáforos, arrancando e parando sem precauções com atitudes do maior dos desdéns. Elas esquecem-se de acender os faróis do carro quando já é noite, bocejam e conversam com a “amiga” sentada no banco ao lado e nem reparam num insistente aviso, num leve mas repetido sinal de mão, fora do vidro, que faço alertando que vão às escuras. Elas transportam crianças ao colo da “amiga” no banco da frente. Elas são mais incivilizadas e desrespeitadoras. Elas estacionam os carros completamente “à balda” bloqueando outros veículos, como se estes nem existissem. Elas fazem-se valer de um falso privilégio: o de ser mulher.

Eu conduzo há muitos anos. Muitos mesmo. E cada vez mais me apercebo do incómodo causado pelas mulheres com quem me cruzo nas ruas desta cidade.
Acreditem ou não, quando vou a conduzir, ou conduzida por outra pessoa, na cidade de Lisboa, a “léguas de distância” conheço com a maior das facilidades se são mulheres ou homens que executam determinadas manobras de condução e até costumo comentar – quase sem nunca me enganar: "Só pode ser uma mulher que ali vai."

Passei a adoptar uma atitude; quando sou peão, ao atravessar uma passadeira zebra, levanto o braço bem alto, estico a mão como um polícia sinaleiro faria um sinal de STOP, olho nos olhos dessas mulheres e quase paro na passadeira para as obrigar a darem-me a devida passagem. Depois, com Elas bem perto de mim, apresento uma expressão de "direito adquirido" e com a mão fechada e o polegar erguido indico que "assim, sim", como quem diz: Fixe, aprendeu.
Já quase fui atropelada. Já houve mulheres que travaram praticamente junto a mim, com os pneus dos seus carros a meio das passadeiras zebras e outras que nem pararam e das quais fui forçada a desviar-me por instinto de sobrevivência.

Será por eu ser igualmente mulher que não me dão, essas mulheres, o meu direito de peão atento e consciente?

Não gosto de mulheres ao volante, salvo as devidas excepções, porque são mais incorrectas, perigosas e cáusticas, mesmo sabendo que as estatísticas referem (ou referiam), que não são elas as principais causadoras de acidentes graves.

Posto isto, um desabafo um tanto coberto de irritação, contestem-me Mulheres e Homens que conduzem automóveis e que me lêem.

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