sábado, julho 10, 2004

Crise governamental

Na semana passada, o país desceu à terra. Depois de um mês em euforia, o choque eléctrico dos gregos na final do Euro-2004 varreu todas as ilusões. Agora, batemos no fundo. A crise governamental foi ao encontro do capítulo que muitos portugueses previam, mas que preferiam acreditar no contrário. O cenário de eleições antecipadas foi uma breve e difusa miragem.

A primeira farpa começou com a renúncia de Durão Barroso ao cargo de primeiro-ministro. Preferiu aceitar o desafio de ser o novo presidente da Comissão Europeia do que continuar à frente dos destinos do país. Por muito que se pense o contrário, fica a sensação que o líder do PSD levou muito a sério o cartão amarelo das eleições europeias. Na primeira oportunidade, disse adeus. Achou que era melhor assim do que ser copiosamente derrotado nas próximas legislativas.

A segunda farpa aconteceu esta sexta-feira. O presidente da República anunciou que não haverá eleições antecipadas. Pedro Santana Lopes será o novo primeiro-ministro, uma decisão que tem tanto de polémico como de perverso. Fica a sensação que não vivemos em democracia e os cargos são sucessórios. Como na Monarquia. Durão Barroso passou a pasta a Santana Lopes e Jorge Sampaio disse ámen. Como se não bastasse, Ferro Rodrigues demitiu-se do cargo de secretário-geral do PS. Ao menos, uma boa notícia.

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