sexta-feira, setembro 17, 2004

Desabafos

Sinto que bati no fundo. Bati estrondosamente no fundo e continuo mergulhado nesse mesmo fundo e sem forças para vir à tona. Acredito cada vez menos nas pessoas que me rodeiam, que optaram por uma estratégia sustentada nos seus próprios interesses, indiferentes às dificuldades profissionais dos outros. O mercado de trabalho é um mundo mais selvagem do que a selva africana, onde cada um pensa mais em si do que no vizinho do lado. O problema é mesmo esse. Entrou-se num processo sem retorno, num saco sem fundo, onde o carácter é um valor perdido e sem sentido nos tempos modernos.

Só não bato com a porta porque preciso do dinheiro que ganho para poder viver e pagar as minhas contas ao final do mês. Mas preciso de oxigénio para escapar a determinadas situações que me permitam libertar de muitas dores e amarguras psicológicas. Há que aguentar sempre de pé e ter fé no dia que vem a seguir. Precisava que algo me caísse do céu, quase de repente, para poder dizer «até amanhã» e nunca mais voltar. É uma utopia. Mas a vida é feita de muitos sonhos, é isso que nos permite continuar de pé, partindo sempre do princípio que o trabalho é o melhor caminho para atingirmos os nossos fins. Continuo a acreditar nessa velha máxima. É a minha filosofia de vida.

Mas preciso de sorte para poder mudar... para melhor, claro.

PS: Desculpem o desabafo, mas precisava de escrever isto. Afinal de contas, um blog também é como um alvo de setas. Por vezes, temos de acertar no alvo para nos sentirmos melhor.

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