Relíquias do meu baú:
Eu beijo, ao acordar, o teu retrato
(“tenho beijinhos gordos pr’a te dar”).
Longe estão teus lábios, talvez doutro;
um dia serão meus. Posso esperar.
Hoje, ao acordar, beijei a VIDA,
alento que tomei eternamente;
hoje beijei-te a imagem, Mulher Querida,
à espera de beijar-te, finalmente.
Não enjeites meus beijos. São um livro
de Amor que te dou, encadernado
da alma a que puseste o cadeado
da paixão. E hoje, e amanhã, de ti me privo,
que quero inda fazer mais engordar
os beijos que tenho, meu amor, para te dar.
(J.A.S.B. - 1980)
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