Antes de Amar-te
«... Antes de amar-te, amor,
nada era meu
Vacilei pelas ruas e pelas coisas
Nada contava nem tinha nome
O mundo era do ar que esperava
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo.
Caído, abandonado e decaído.
Tudo era inaliavelmente alheio.
Tudo era dos outros e de ninguém.
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono...»
(Pablo Neruda)
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