quarta-feira, setembro 10, 2003

11 de Setembro, 4: Sim, conversávamos sobre os Estados Unidos naquela magnífica cidade de Liverpool, onde há imagens dos Beatles um pouco por todo o lado: nas casas, nas ruas e nas lojas comerciais. Eles resumem tudo daquela gente, são um mito venerado como se fossem os heróis que todos gostavam de ser. O telemóvel toca. Era o meu pai. Pergunta-me só isto: «Está tudo bem?» A minha resposta é clara: «Tudo óptimo». Não sei o que dissemos mais um ao outro, também pouco importa. Recuperei o fio da conversa enquanto o chocolate do gelado se entrelaçava com a baunilha num efeito acastanhado de cores. Continuávamos sem saber de nada. Ali, distantes do outro lado de lá do mundo, onde nuvens negras já cercavam o céu naquele ritual bem próprio das grandes catástrofes. Não sabíamos de nada. O meu pai nada me quis dizer. Até que um telemóvel recebe uma mensagem. Era o princípio do fim.

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