sexta-feira, outubro 03, 2003

Enxurrada de rostos: Quando decidimos enfrentar as ruas, ir aqui e ali, somos sempre massacrados por uma autêntica enxurrada de rostos. Ninguém sabe de onde vêm, muito menos para onde vão. Por vezes, é sufocante. Eles aparecem em magotes, como se fossem uma massa de olhos, passam por nós, prosseguem a marcha, indiferentes, como se houvesse uma nascente de rostos em cada esquina. Que avançam e se perdem. Que andam e param. Que se cruzam e descruzam. Nem uma palavra. Tudo isto faz-me lembrar as ondas do mar a bater nas rochas. São ondas de rostos que batem em nós.

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