Todas as cidades: Todas as cidades parecem a minha cidade. Quando a noite cai, quando os passeios ficam desertos e as tuas palavras não chegam a lado nenhum, quando cada esquina abre uma porta para coisa nenhuma. À noite, todas as cidades deixam de ser elas próprias e são iguais a todas as outras. Porque o silêncio entra pelas janelas vindo do vazio e cada minuto é a repetição contínua do anterior: o escuro, a luz dos candeeiros, nada de nada, um automóvel a passar; o escuro, a luz dos candeeiros, nada de nada, um automóvel a passar...
PS. Ainda não estou na minha cidade. Milhares de quilómetros separam-me da porta que deixei entreaberta, mas hoje apeteceu-me entrar. Não abri o computador, a cadeira continua no sítio, tal e qual como a deixei no meu quarto. Mas hoje precisava de entrar no meu sótão por breves minutos. À noite, todas as cidades são iguais umas às outras. Não resisti.
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