A ferida do século XXI
Depois de duas guerras mundiais terem marcado significativamente os últimos 100 anos, o novo século está destinado a crimes bárbaros, cobardes, que denominamos de atentados terroristas. As primeiras pedras foram lançadas nas últimas três décadas, mas os mais recentes incidentes dão-nos claros sinais de alerta, de medo e de enorme ponto de interrogação em relação ao futuro.
É interessante como o percurso natural da história é capaz de provocar mudanças repentinas em que os pólos dominadores variam em função de determinadas conjunturas. Agora, o objectivo não é dominar o mundo, como apregoava Hitler, mas espalhar o medo pelo mundo. Um mundo em que as vítimas são os cidadãos comuns e não militares vestidos a rigor e presidentes de gravatas vermelhas. O alvo somos nós.
A Al-Qaeda, que reivindicou os atentados terroristas em Madrid, lançou alertas que nos deixam a pensar. Depois dos «Comboios da morte», as próximas operações denominam-se de «Fumo da Morte», em Itália; e de «Vento da Morte», nos Estados Unidos. A grande manifestação em Espanha contra os atentados significa zero para os árabes como para grande parte dos ocidentais o conflito do Médio Oriente é qualquer coisa que passa na televisão à hora do jantar. Apenas isso.
De agora em diante, estamos num autêntico colete-de-forças. Ficou provado que não basta invadir um país, como os americanos fizeram no Afeganistão, para colocar um ponto final na mais cobarde de todas as guerras. Também não basta prender Bin Laden, como se fez com Saddam Hussein, porque há um Bin Laden pequenino na cabeça de muitos árabes. Ninguém os pode exterminar. É uma questão pertinente e um desafio a todos os políticos: como se pode terminar com esta guerra?
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