domingo, outubro 12, 2003

Os arrogantes detentores da verdade: Ainda há pouco fui confrontada num restaurante de amplo espaço e arejamento com a seguinte situação. Acendi um cigarro e comecei a fumá-lo. Um homem com uma idade a rondar os 50 anos, que jantava com um casal e uma menina, talvez de 6 anos, numa mesa perto da minha, começou em voz bem audível a criticar os fumadores, e acintosamente as mulheres, alegando que devia ser proibido fumar em restaurantes.
Sempre fui defensora dos espaços públicos vedados a fumadores.
Mais, sempre fui defensora do direito e exigência a espaços reservados a não fumadores em restaurantes.
Contrapunha o cavalheiro, a título de acto cívico, que detestando usar cinto de segurança quando conduz, o que é obrigado a fazer por lei (lei estúpida, afirmava), pois sentindo-se no direito de dispor da sua vida como bem entendesse, declarando, também, não considerar qualquer perigo para terceiros tal comportamento, citou em tom de intensa crítica o seguinte caso: uma senhora relatou-lhe o facto de em plena noite, numa auto-estrada em que conduzia a 190 km/hora, se ter atrevido, em consequência de um furo no pneu do seu automóvel, a parar o veículo na berma e ter ela mesma, de seguida, mudado o pneu. Veementemente arrogante dizia que a senhora deveria ter chamado um reboque (expondo-se aos riscos de ficar, sabe-se lá por quanto tempo, sozinha e em plena noite numa auto-estrada), e nunca estacionar na berma. Isso é crime (!?).
Voltando um nadinha atrás, tivesse o cavalheiro dito, muito simplesmente, que o fumo do meu cigarro o incomodava, eu de imediato o teria apagado, gesto que me trouxe alguma hesitação e pelo qual não optei por não gostar de frontalidades camufladas.
Como bem podem perceber, fiquei com a impressão de que as mulheres, em alguns aspectos, são mais criminosas, na sociedade portuguesa, do que os homens. Será?
Corrijam-me, contestem-me, reajam.
Muito gostaria eu disso!

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