quarta-feira, novembro 19, 2003

Vigília,1:

"(...)
A algazarra inesperada não perturbou Beremiz. Inteiramente alheio aos acontecimentos da rua, continuou, como se achava, a traçar, com um pedaço de carvão, figuras geométricas numa grande prancha de madeira. Extraordinário, aquele homem! As agitações mais graves, o perigo, as ameaças dos poderosos não conseguiam desviá-lo dos seus estudos matemáticos. Se Asrail, o Anjo da Morte, surgisse ali, de repente, trazendo na lâmina do candjar a sentença do irremediável, ele continuaria impassível a traçar curvas, ângulos, e a estudar as propriedades das figuras, das relações e dos números.
(…)"


[Malba Tahan, in O Homem que Sabia contar, p. 127]

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