terça-feira, setembro 16, 2003

11 de Setembro, 14: Antes de entrarmos no avião, nota-se um clima de tensão em cada rosto e nas palavras que dizemos uns aos outros para quebrar a monotonia daquele silêncio. Fuma-se compulsivamente, olha-se para o chão, sente-se uma espécie de corrida contra o tempo, um clima de desconfiança promovido pela polícia no aeroporto, um controlo rígido que faz subir o nervosismo em flecha e todos nós parecemos simples animais à espera do que pode acontecer. À espera de ordem para embarcar depois de termos sido revistados até à última extremidade do nosso corpo. À espera de uma voz que não ouvimos. À espera de um sinal que não vemos. É a mais sufocante de todas as esperas. Esperar sem saber o que pode acontecer a seguir.

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