segunda-feira, setembro 15, 2003

Ainda os incêndios: Não resisto à tentação de voltar a focar o tema. Nunca um produto foi tão bem embrulhado à medida dos portugueses. As chamas entram-nos pela casa dentro através da televisão, visualizam-se labaredas incandescentes, ouvem-se os gritos de quem fica sem casa e os jornalistas fazem directos à boa maneira americana: como se estivessem no campo de batalha. Despenteados, com a roupa encharcada de água e as mãos a tremer. Em época de crise, as emoções disparam em flecha à custa desta cobertura mediática que abre telejornais atrás de telejornais. É um produto que toca no íntimo de todos e alimenta a fúria de quem gosta desse tipo de espectáculos. Insistir nesta matéria, é persuadir os criminosos a incendiar o que resta. Mas em Portugal só as emoções conseguem vender. Quando alguém vai para a cama no Big Brother com não sei quem, as audiências disparam em flecha. Querem melhor exemplo?

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